Você leu a descrição do seu cargo e percebeu que, muitas vezes, acaba fazendo coisas que não estão nessa lista? Vamos começar com algumas perguntas fundamentais: Qual é a descrição do seu trabalho? Você sabe onde encontrá-la? Com ​​que frequência ela é atualizada? Quem a atualiza?

De acordo com os manuais de recursos humanos, a descrição de um cargo ou função é a lista de requisitos e qualificações necessárias para o desempenho satisfatório das tarefas de um funcionário. É a descrição de um conjunto de tarefas e responsabilidades que são atribuídas a uma pessoa dentro de uma organização.

Na era do conhecimento, as descrições de cargos tendem a se tornar obsoletas muito rápido. Por isso, o ideal seria revisá-las de 3 em 3 meses (ou de 6 em 6 meses, no “pior” dos casos). Então, faz sentido continuar trabalhando com as descrições de cargos ‘originais’, que não correspondem mais aos seus requisitos?

O conceito de “Job Crafting”

Há alguns anos, o conceito de job crafting vem ganhando mais espaço nas publicações de gestão de recursos humanos. O termo foi criado por Amy Wrzesniewski e Jane E. Dutton, e surgiu da ideia de que cada pessoa pode, de forma proativa, dar um novo significado ao seu trabalho. Isto é, que cada um de nós pode encontrar sua própria motivação em fazer o que faz. Baseia-se no propósito individual que construímos e que constrói nossa identidade.

Partindo das nossas fortalezas, definimos quais habilidades exploramos para realizar nosso trabalho e como nos relacionamos com os outros, o que, em última instância, complementa o que nos falta para conseguir um maior impacto.

Na Workana, tecemos um perfil de trabalho quando criamos uma nova função e recrutamos profissionais para realizá-la. Combinamos as expectativas concretas para o primeiro mês, para o terceiro mês e, se tivermos alguma pista, para os próximos 6 meses.

Isso marca os desafios de curto prazo e nos ajuda a garantir que os candidatos escolham trabalhar conosco entendendo os desafios imediatos, mas sabendo que terão muita influência na forma como vão moldar seu cargo/função no futuro. Então, sempre deixamos esta frase:

“Como todo mundo na Workana, esse é apenas o foco inicial. Gostamos muito que as pessoas queiram aprender constantemente e assumir novas responsabilidades. Tentamos nos mover e aprender muito rápido, e esperamos que você possa contribuir para nos ajudar a melhorar a forma como fazemos as coisas todos os dias.”

Esta é a causa mais relevante pela qual queremos que alguém se una à Workana, crie sua própria função e nos mostre o valor que pode agregar à equipe com ideias e ações que não tínhamos sequer pensado. 

Por que nos forçamos a encaixar em cargos que não nos motivam a crescer?

Por que não criamos nossos próprios papéis? Este é o segredo dos freelancers, eles desenham suas próprias carreiras e trabalham em projetos que permitem que suas habilidades floresçam. Este é o futuro do trabalho: moldado à nossa medida.

Para as empresas, e especificamente para as áreas de recursos humanos, isso significa criar estratégias de talento permeadas por um novo mindset: facilitar metodologias de trabalho flexíveis que garantam essa liberdade para que cada pessoa seja a sua melhor versão. Que realmente nos transmitam a confiança necessária para projetar nossas posições à medida que lemos o contexto em que estamos. 

Em contextos ágeis, cada profissional deve avaliar constantemente como seus conhecimentos e habilidades técnicas agregam valor ao que a empresa precisa. E o mais importante: reconhecer o que está faltando (seus pontos fracos), ou seja, quais habilidades precisa assimilar para ‘brilhar’ no seu trabalho.

Este é o desafio que temos que enfrentar. Flexibilidade e adaptação. Vencer o medo de ser ainda mais vulnerável. Colocar nossa identidade a serviço do nosso trabalho, e não deixar que o trabalho defina quem somos. Para isso, é preciso coragem, colaboração e, acima de tudo, comprometimento por parte das organizações.

O que você acha desse desafio? Como você vive isso no seu dia a dia? Compartilhe sua experiência com a gente! 

** Artigo criado por Emi Montiglio, Head of People da Workana

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