Como migrar sua startup para um modelo 100% remoto?

Por muito tempo, para formar uma equipe de trabalho, era preciso obedecer a “lógica da proximidade”, que acabava sendo uma limitação inata. E para falar a verdade, até hoje, muitas equipes sofrem com essa condição, pois, enquanto um escritório continuar sendo o lugar de trabalho “por excelência”, ainda terá lógica que todos que ali trabalham morem relativamente perto desse epicentro.

Porém, o trabalho remoto desconstruiu esse paradigma. Agora, o que nos une é um espaço digital e os projetos que realizamos. Já não importa onde os talentos vivem, pois podemos recrutá-los em qualquer lugar do mundo. A melhor equipe de profissionais independentes que podemos formar, sem fronteiras. Esta é a maior vantagem de um modelo 100% remoto.

Mas a lista não para por aí, porque existem muitos outros benefícios de confiar no talento remoto. Por exemplo: a possibilidade de formar uma equipa mais diversa, culturalmente mais rica e sem os custos de manter as estruturas fixas de um escritório (aluguel, móveis, equipamentos, serviços, manutenção, etc.).

Tudo isso deixa claro que, para uma startup, nascer e começar a crescer com um modelo 100% remoto é uma vantagem e uma grande oportunidade.

Matt Darrow, CEO da Vivun, empresa que adota o modelo full remote, compara o aluguel de um escritório físico com o enorme investimento em data centers que muitas empresas (inclusive a Vivun) fizeram no início dos anos 2000, e que, no fim das contas, mostrou que era mais conveniente trabalhar com um provedor como Amazon Web Services ou similar. Nas palavras do próprio Darrow:

“A mente dos empreendedores já não se concentra no dilema data centers vs. AWS, e sim no do escritório vs. trabalho remoto. Hoje, construir uma empresa com um espaço de trabalho físico é como iniciar um data center em 2010, ou seja, é uma decisão que implica assumir um monte de dívidas que vão custar muito tempo e dinheiro no futuro.” (Forbes 2021)

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Algumas empresas que já adotaram um modelo 100% remoto 

  • Automattic: é a empresa que gerencia o WordPress.com e possui 1.966 talentos espalhados por 96 países.
  • GitLab: é uma das empresas de software e desenvolvimento que mais cresce nos últimos 10 anos, com mais de 1.200 colaboradores em 65 países.
  • Platzi: é a empresa de educação mais importante da América, com mais de 200 funcionários espalhados por todo o continente, trabalhando de forma 100% remota.
  • Basecamp: operam no modelo “anywhere office” (ou “escritório em qualquer lugar” no nosso idioma), e não poderia ser diferente, já que comercializam uma das ferramentas de trabalho colaborativo e remoto mais importantes da atualidade.

Se você tem uma startup de tecnologia, desenvolvimento de software, marketing digital, vendas ou serviço/atendimento ao cliente (entre muitas outras áreas), provavelmente, o esquema de trabalho 100% remoto vai te favorecer muito. E se você ainda tem dúvidas de como fazer uma migração bem-sucedida, confira as 5 dicas que preparamos para te ajudar: 

1.- Envolva todos os colaboradores numa evolução significativa

Apostar “para valer” no trabalho remoto é uma excelente oportunidade de envolver todos os seus colaboradores em uma cultura organizacional muito mais focada na eficiência.

Seu pessoal não deveria sentir que você está mandando eles para casa só porque “agora todo mundo está fazendo isso “. Você precisa transmitir o entusiasmo pelas inúmeras consequências positivas que esta mudança trará em termos de processos, ferramentas de trabalho, infraestrutura tecnológica e até um “salário emocional”, por conta da enorme economia (não apenas financeira) que significará prescindir de um escritório e poder trabalhar em suas próprias casas. 

Esse processo tem que ser um “win-win” e não pode se basear apenas na redução de custos e infraestrutura. Sua(s) equipe(s) precisam conhecer e abraçar as vantagens pessoais e coletivas dessa decisão, entendendo que todos vão sair beneficiados. 

2.- Monte um dream team para a transição

Mandar todo mundo para casa e esperar que as coisas “se resolvam”, definitivamente, não é uma boa ideia. O ideal é ter o apoio de uma equipe de transição/migração para definir o roteiro que guiará todos os outros colaboradores, assim como garantir sua correta implementação e seguimento.

Seria ótimo que a equipe de transição tivesse um representante de cada área, mas você também pode solicitar a ajuda de um consultor externo especialista em trabalho remoto. Em ambos os casos, sua equipe de transição precisa focar nos seguintes objetivos:

  • Definir os objetivos gerais e específicos que devem ser alcançados de forma bem-sucedida para concluir o processo de transição, propondo prazos e datas viáveis para o cumprimento e acompanhamento de cada um deles. 
  • Estabelecer um orçamento derivado diretamente do que a empresa economizará no primeiro ano por deixar de investir em escritórios físicos.
  • Mapear a arquitetura da nova metodologia de trabalho, KPI’s e gerenciamento das informações que serão utilizadas.
  • Definir quais novas ferramentas de infraestrutura digital serão necessárias e habilitá-las. 
  • Criar e distribuir todos os manuais, fluxos de trabalho, cursos de onboarding e materiais de treinamento/capacitação necessários.
  • Manter os demais colaboradores informados sobre as vantagens e o progresso da transição.
  • Sondar as necessidades e dificuldades específicas de cada colaborador para garantir que possam fazer seu trabalho remotamente sem inconvenientes. 

Antes de passar para a próxima dica, queremos recomendar que seu planejamento de transição tire o maior proveito possível das estratégias de gamificação. Considere usar, por exemplo, dashboards de processos onde o fluxo de tarefas seja visível, para que todos os colaboradores possam ver e acompanhar em tempo real o processo individual e coletivo; timers de produtividade para os sprints, leaderboards, stats, etc.

Por que fazemos essa recomendação? Porque está comprovado que, quando temos acesso a mais informações sobre as coisas que acontecem ao nosso redor, tendemos a pensar e executar melhores estratégias competitivas. Se sua equipe conseguir ver claramente como todos estão se esforçando para alcançar um “objetivo comum”, mesmo que estejam em diferentes áreas com objetivos específicos distintos, se sentirão mais motivados a dar o melhor de si para não ficar para trás e colaborar com o sucesso coletivo.  

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3.- Capacite seus managers em soft skills de gestão do trabalho remoto

Este precisa ser um dos principais objetivos da sua equipe de transição, mas ele é tão importante que quisemos dedicar um ponto específico para tratá-lo. Nenhuma empresa quer se arriscar a migrar para um modelo 100% remoto e, depois de alguns meses, perceber que os responsáveis ​​pela gestão das diferentes áreas não estão rendendo como antes, porque não conseguem supervisionar corretamente suas equipes.

Acredite, isso foi uma dor de cabeça para muitas empresas que deram o salto para esse modelo sem, primeiro, treinar seus managers nas principais habilidades de gerenciamento e relacionamento interpessoal do trabalho remoto.

Os líderes das suas equipes realmente precisam aprender uma série de habilidades e competências para se adaptar à nova realidade. E vale a pena que todos cheguem ao primeiro dia de trabalho remoto tendo uma resposta mais ou menos clara para as seguintes perguntas:

  • Como vamos continuar aproveitando a criatividade do brainstorming e do mindmapping que ocorre naturalmente no ambiente de trabalho presencial?
  • Como vamos gerenciar os relatórios de metas e conquistas diárias sem fazer a equipe perder tempo e sem abrir mão do acompanhamento detalhado do progresso?
  • Que metodologia(s) ágil(is) vamos continuar usando e quais começaremos a implementar? E como vamos adaptá-las a um ambiente de trabalho colaborativo virtual?
  • Como garantimos que todas as reuniões tenham objetivos e resultados claros?
  • Quanta flexibilidade podemos “nos permitir” com o trabalho assíncrono?
  • Como vamos lidar com a questão do feedback sem perder os elementos chave da comunicação?
  • Onde e como vamos procurar os sinais de alerta para reconhecer e prevenir possíveis burnouts? E quais medidas tomaremos caso isso aconteça?

Para saber mais, não deixe de conferir nossas Dicas para gerenciar equipes remotas de TI. 

4.- Integre talento IT com mais flexibilidade

Agora que sua equipe já é 100% remota, você também deveria aproveitar para ampliar seu horizonte de busca de talento TI para além das suas fronteiras. O fator distância e a aparente escassez de desenvolvedores não deveriam ser impedimentos, porque você pode – e deveria – recrutar colaboradores com as habilidades exatas que sua empresa precisa, de forma muito flexível e economizando até 30% nos custos de contratação.

Milhares de empresas de tecnologia já estão aproveitando as inúmeras vantagens de contratar devs na América Latina. Por exemplo:

  • Tarifas mais acessíveis
  • Pool de talentos muito mais amplo
  • Desenvolvedores curados, bilíngues e altamente capacitados
  • Fuso horário compatível
  • Maior compatibilidade cultural

5.- Continue fortalecendo uma cultura verdadeiramente remota 

Ser 100% remoto vai muito além de trabalhar em casa. Significa dar a cada colaborador a liberdade de se desenvolver no lugar que preferir, priorizar o equilíbrio e o bem-estar do nosso pessoal como um dos nossos valores de vida, e deixar-nos inspirar pela criatividade e diversidade.

O trabalho remoto é uma missão que não termina quando você apaga as luzes do escritório físico pela última vez e entrega as chaves. Você precisa garantir que sua equipe tenha tudo o que precisa – física, material e emocionalmente – para encarar essa nova realidade. É um processo permanente que envolve negociar um melhor salário emocional com cada colaborador e continuar organizando eventos virtuais por amor à convivência. Também é estabelecer meio dia de folga por semana para seus funcionários investirem em projetos pessoais, e se preocupar de verdade com a saúde emocional da empresa.

Parece muito trabalho, mas as empresas que já ousaram ser 100% remotas nos mostram que vale a pena, pois os resultados são muito gratificantes e eficientes em termos de produtividade.

Ser 100% remotos está no nosso DNA, vamos dar o próximo passo juntos?

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