Almir Rivas é gerente de projetos na Pés Sem Dor, uma empresa especializada em palmilhas personalizadas que já conta com mais de 300 colaboradores e atua em todo o Brasil.
Atualmente, a empresa está trabalhando para substituir o sistema de produção, logística e venda da empresa, e Almir recorre ao trabalho freelance para suprir grande parte dessas necessidades.
Nessa entrevista, Almir nos explica como gerencia e organiza o trabalho remoto, assim como dá algumas dicas para empresários e gerentes que querem utilizar essa forma de contratação.
W: Você pode nos contar um pouco sobre a Pés Sem Dor?
A: A Pés Sem Dor é uma empresa especializada em palmilhas personalizadas. Através de aparelhos de avaliação de última geração e um corpo de fisioterapeutas especializados, fabricamos palmilhas de acordo com as necessidades do cliente avaliado.
W: Quantos empregados tem a empresa hoje e quantos entre eles trabalham de forma remota ou freelance?
A: A empresa tem cerca de 300 colaboradores. Desses, 3 são desenvolvedores que trabalham aqui em nossa sede. Os freelancers não estão incluídos neste total e já tivemos cerca de 18 no projeto, de diversos lugares do mundo.
W: Você pode nos falar um pouco sobre seu trabalho na empresa?
A: Trabalho em um projeto que visa substituir o sistema atual de agendamento, avaliação, venda, desenho, produção e logística, pelo sistema que estamos desenvolvendo. Já realizei na empresa outros trabalhos como implementação do Open ERP e desenvolvimento de sistemas. Mas, hoje me concentro em implementar o novo sistema, fazendo levantamentos, análises e gerenciamento dos desenvolvedores remotos.
W: Quais qualidades um profissional precisa para trabalhar de forma remota?
A: Não gosto de colocar muitas regras, pois acredito que sempre depende dos dois lados. Mas sem dúvida capacidade de se comunicar é a principal; dedicação… e também é fundamental a capacidade de buscar soluções e não arrumar culpados.
Por mais difícil que seja entender isso, a capacidade técnica não é o mais importante, pois profissionais com as características acima e com garra conseguem superar possíveis limitações técnicas.
W: Qual tipo de trabalho vocês costumam fazer remotamente?
A: Já fizemos “recorte de sites”, design e testes, mas nosso foco é sem dúvida trabalhar com desenvolvedores.
W: Você poderia nos falar um pouco sobre os processos e técnicas que você utiliza na hora de selecionar um profissional? Quais são as etapas para a contratação e o que você considera mais importante?
A: Para a contratação de um profissional “Workana“, sempre começo com uma tarefa pequena, algo de no máximo 8 horas, e a partir do resultado desta tarefa vou “complicando” a vida do profissional com trabalhos mais difíceis.
Se o profissional responde bem, avanço no relacionamento. Do contrário, o limito a trabalhos até o nível alcançado por ele, ou apenas encerro o contrato.
W: Como você segue o trabalho realizado por esses profissionais?
A regra geral é postar as tarefas pelo Jira e disponibilizar as fontes pelo Bitbucket. Mas todos os profissionais utilizam o Time Report da Workana, ferramenta fundamental se eu necessitar auditar o que ele esta fazendo.
A: Quais são as vantagens em contratar de forma remota? E as dificuldades?
A grande vantagem de contratar de forma remota é a facilidade de trocar de profissional caso não esteja dentro do perfil desejado, e a possibilidade, se bem gerenciado, de ter profissionais trabalhando 24 horas em meus projetos.
A única dificuldade que senti é relativa aos momentos iniciais da seleção dos profissionais, mas esse mesmo problema ocorreria com um profissional presencial.
W: Qual conselho você daria para empresas que estejam pensando em contratar de forma remota?
A: A primeira coisa é saber o que quer. Vejo pessoas que postam projetos e o explicam em uma linha; sinceramente, não aconselho nem a profissionais nem a clientes se envolver com este tipo de projeto.
Veja se de fato não é melhor contratar por hora do que por entrega; projetos por hora bem gerenciados podem resultar em bons códigos e satisfação do cliente. Projetos fechados sem uma definição clara podem gerar insatisfação dos dois lados.
E, acima de tudo, é preciso respeitar o freelancer; ele depende do recurso que espera receber de você para sobreviver. Existem muitos profissionais sérios e comprometidos, assim como também existem muitos clientes que só querem se aproveitar deles.
Então bom senso, definições claras e acordos são sempre melhores do que resolver as coisas “com a espada da justiça”.
W: Há algo mais que você pensa ser interessante dividir com outras empresas que pensam em contratar remotamente?
A: Paciência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.
Muitos dos freelancers que contratei são pessoas fantásticas que além de realizar um excelente trabalho, são pessoas com quem pude contar para aqueles momentos em que se tivesse um profissional presencial, teria mais dor de cabeça do que resultados, como por exemplo: Virar noites trabalhando, resoluções imediatas de problemas e idas e vindas de definições de clientes (que projeto não as tem).
Se você tem a possibilidade, contrate profissionais remotos, comece com um, tenha um pouco de paciência e vai descobrir que sua empresa pode ganhar muito com eles.
Defina um budget para seu projeto e lute para não extrapolar, independente se ele for por hora ou por pacote fechado.
Não posso deixar de citar a plataforma Workana, que me ajudou muito a ter a segurança de que se eu errasse na contratação o dinheiro só sairia da minha conta se de fato o trabalho fosse feito.
Autora: Gabrielle Lopes, Customer Success Manager na Workana, jurista, poeta e cantora aos finais de semana.
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