Talento humano: perspectivas e desafios em 2020

As tendências globais apontam para a diversificação da força de trabalho. Para encarar os desafios do futuro do trabalho, cada vez mais empresas e organizações apostam na força de trabalho mista para atrair o talento humano necessário.

O mundo do trabalho está mudando e os executivos estão plenamente conscientes que precisam se adaptar ao novo cenário. A chegada da inteligência artificial no mundo dos negócios e a crescente automatização de processos sugerem que 20% dos empregos serão substituídos por máquinas nos próximos três anos.

Ao mesmo tempo, as tendências globais indicam que o avanço da Revolução 4.0 criará muitos cargos novos e oportunidades que não existiam antes, além de uma demanda crescente de novas habilidades. Nesse panorama de crescente digitalização e conectividade, alguns países devem lidar também com uma preocupante queda na taxa de natalidade e o envelhecimento da população, que provocará uma progressiva redução da força de trabalho local e do talento humano disponível.

Este fator agravará ainda mais a escassez de certas habilidades no mercado e, em consequência, as companhias serão obrigadas a ampliar sua busca por talentos de outros países e explorar novas formas de contratação.

Influências disruptivas no mercado de trabalho: próximos desafios

Global Talent Trends, uma pesquisa recente realizada pela Mercer, revelou que 73% dos executivos entrevistados estão prevendo mudanças profundas no mundo do trabalho durante os próximos 3 anos. 99% das empresas que participaram da pesquisa afirmaram que já adotam medidas e estratégias com o objetivo de estarem preparadas para esses novos cenários.

De acordo com a pesquisa, um dos desafios mais complexos seria a recapacitação da atual força de trabalho e a busca por talentos capazes de acabar com a brecha tecnológica durante esse processo de transição.

As companhias entrevistadas também destacam algumas questões importantes relacionadas ao capital humano que podem ter um impacto negativo sobre a produtividade. Por exemplo: 

  • Burocracia e lentidão nos processos seletivos para preencher vagas importantes
  • Os funcionários não estão comprometidos com a companhia
  • Diversidade do pool de talentos não consegue evoluir com a velocidade esperada
  • Ausência de uma liderança proativa no processo de mudança
  • Morosidade no processo de tomada de decisões
  • Novas contratações que não atingem as expectativas

Como as empresas estão se preparando?

Na luta para atrair talento e ajudar a força de trabalho a adaptar e sobreviver essas mudanças, a Mercer destaca quatro tendências. As organizações estão:

  • Reformulando cargos para alinhar o trabalho com o valor futuro: as estruturas das organizações estão se transformando. A maioria dos postos de trabalho que serão automatizados são aqueles que tenham um impacto direto sobre o cliente, são mais fáceis de otimizar e desenvolvem habilidades para o futuro.
  • Construindo marcas empresariais: as organizações recorrem à ciência dos dados para atrair e reter talentos, para criar uma marca capaz de atrair os talentos que precisam.
  • Criando oportunidades de capacitação: com a digitalização e simplificação, o trabalho deve ser mais intuitivo e incentivar o crescimento profissional.
  • Transformando funcionários em líderes de mudança: as organizações estão repensando o crescimento empresarial para ampliar o protagonismo do funcionário. Elas também estão reformulando processos e tarefas, migrando para estruturas mais horizontais com poucas hierarquias, baseado no trabalho colaborativo e ágil.

Novas modalidades de contração: o universo freelance em alta

As organizações estão ampliando a busca por talentos para preencher a lacuna de competências: De acordo com a Mercer, 79% dos executivos preveem um aumento da participação de trabalhadores independentes e pontuais no mercado de trabalho nos próximos anos. Essa tendência acompanha o grande crescimento global do mercado freelance.

A pesquisa Global Gig-Economy Index, realizada pela Payoneer no segundo trimestre de 2019, mostra que o setor está numa trajetória de crescimento constante desde 2018. Os 10 países de maior crescimento nesta área são: Estados Unidos (78%), Reino Unido (59%), Brasil (48%), Paquistão (47%), Ucrânia (36%), Filipinas (35%), Índia (29%), Bangladesh (27%), Rússia (20%) e Sérvia (19%). A disseminação da economia Gig entre a população pode ser responsável pelo grande crescimento no Brasil.

Ásia, polo mundial de freelancers

A Ásia está se transformando em uma fonte inesgotável de talentos em plena era digital. O estudo da Payoneer mostra que os valores movimentados pelos freelancers do Paquistão, Filipinas, Índia e Bangladesh tiveram um crescimento acumulado de 138% nos últimos 12 meses. E um fator decisivo para essa tendência é o investimento público em serviços digitais para a população, consolidando suas habilidades técnicas.

Outro dado relevante diz respeito à participação da Geração X nesta curva de crescimento: 70% da população freelance do Paquistão tem menos de 30 anos e possui formação principalmente técnica. Além disso, 77% dos rendimentos são gerados por pessoas com menos de 35 anos de idade. No ano passado, o mercado freelance da Índia cresceu 52%: mais da metade dos freelancers conta com menos de 35 anos de idade e produzem aproximadamente 49,5% dos rendimentos econômicos.

Talento freelancer e clientes, uma parceria de sucesso

O Relatório Workana de 2019 apresenta dados chaves sobre a o foco em capacitação constante no universo freelance:

  • 70% possuem formação universitária e 24% estão cursando estudos superiores
  • 72% preferem continuar sua formação em plataformas digitais ou espaços de e-learning
  • Quase 100% dos freelancers dizem que sentem-se preparados para o futuro tecnológico

Por outro lado, o relatório revela que a maioria dos clientes (70%) começou a optar recentemente por esta modalidade de contratação. Mas 97,4% já afirmam que o freelancing continuará crescendo nos próximos 5 anos. A característica do profissional freelance mais valorizada pelos clientes é a experiência, enquanto o idioma não é considerado uma barreira para sua contratação.

Confira outros dados interessantes sobre os clientes que confiam na Workana para contratar freelancers:

  • Quase 60% dos clientes representam empresas
  • 30% são indivíduos, enquanto uma pequena parcela trabalha em ONGs e órgãos governamentais
  • As áreas que mais contratam freelancers são TI e programação (46.8%), Design e multimedia (24.8%), Tradução e conteúdos (13,8%) e Marketing e vendas (11,9%).

2020: mais planejamento estratégico e força de trabalho mista

Em seu relatório Human Capital Trends 2019, a Deloitte destaca que as plataformas e redes de talento estão crescendo rapidamente, criando um negócio de quase 2 bilhões de dólares por ano. Ao mesmo tempo, as organizações não estão aproveitando ao máximo o potencial desta força de trabalho alternativa.

A maioria das empresas reconhece que utilizam essas plataformas para “tapar buracos”, e não possuem um plano estratégico para aproveitar deste recurso com mais eficiência a longo prazo. Embora 54% dos entrevistados reconheçam a falta de consistência em contratações alternativas, o departamento de Recursos Humanos está liderando mudanças nessa área: 75% dos executivos de RH dizem recorrer a esta modalidade de contratação; 63% começaram a estabelecer programas de benefícios para estas contratações; 51% estão desenvolvendo estratégias para otimizar estes recursos a longo prazo; 22% estão implementando bonificações e outros incentivos. Os dados permitem concluir que é necessário estabelecer uma força de trabalho mista, com freelancers que participam ativamente do processo de crescimento da organização.

Os desafios tecnológicos atuais inevitavelmente levarão a um processo inédito de upskilling (aquisição de novas habilidades) e reskilling (recapacitação). As organizações devem passar a contratar talentos de, literalmente, qualquer lugar. Assim, a Economia Gig, e especialmente o freelancing, prometem ter um impacto forte sobre o mercado de trabalho.

As tendências globais apontam para o fortalecimento da relação empresa-freelancer através de forças de trabalho diversificadas, focadas na colaboração e com novos modelos de remuneração.

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