Dia do Trabalhador: O trabalho deixou de ser o lugar para onde vamos

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Este ano, o dia do trabalhador será diferente. Não haverá reunião, atos, festas ou presentes (pelo menos não físicos). É um ano mais íntimo do profissional com seu trabalho. Na Workana, todos os anos comemoramos o dia do trabalhador com alguma reflexão para compartilhar a nossa visão sobre as mudanças no mundo do trabalho. Sem dúvidas, 2020 nos está dando muitas coisas para observar e pensar.

A transformação do mundo do trabalho se intensifica e vai se moldando a cada revolução industrial. Basta observar que, no decorrer da Primeira e da Segunda durante a metade do século XVIII, os campos e a atividade agrícola deram lugar às fábricas, que se reafirmaram como os principais espaços produtivos do capital humano.

Mais adiante, a Terceira Revolução Industrial, ocorrida após a II Guerra Mundial, apresentou ao mundo as grandes multinacionais que conhecemos atualmente. Desde então, os seres humanos vêm experimentando profundas transformações tecnológicas.

Hoje em dia, a revolução é outra. A partir do momento em que alcançamos um nível de avanço tecnológico que permite a automatização de muitos processos, onde máquinas substituem pessoas em algumas tarefas, onde o processamento e o armazenamento de dados são possíveis a custos ínfimos, onde a inteligência artificial e big data são protagonistas, onde a digitalização é crucial e cobre todas as esferas da sociedade, a variável distância deixou de ter valor. E esta é a era na qual vivemos: em plena Revolução 4.0 no mundo do trabalho.

Obviamente, as habilidades humanas não deixarão de existir. Muito pelo contrário: as “Soft Skills” serão ainda mais requeridas e valorizadas. Competências sócio-emocionais, criatividade, autogestão e perfil empreendedor são características do profissional capaz de compreender o que o mundo do trabalho espera no futuro. 

Como o trabalho deixou de ser o “lugar para onde vamos”? 

Eu explico: acordar todos os dias de madrugada, passar 2 horas presos no trânsito para chegar ao escritório, bater ponto com tolerância de 5 minutos e trabalhar 8 horas seguidas com apenas 1 hora de almoço… Tudo isso deixou de fazer sentido para muitas pessoas, por mais que esta descrição continue sendo o verdadeiro significado de “ir pro trabalho” para boa parte da população brasileira. 

O sentimento generalizado e compartilhado é que todas as empresas precisam garantir que contam com os melhores talentos nas suas equipes. Porém, elas mesmas estabelecem o obstáculo e a limitação de que o funcionário deva morar a 15 km do escritório.

Já nas empresas híbridas (aquelas que entendem o trabalho remoto como uma porta aberta a inúmeros profissionais capacitados de qualquer lugar do mundo), essa barreira geográfica se amplia a mil ou até dez mil quilômetros. Porque não importa onde o profissional vive e trabalha, mas sim o que ele sabe, aporta e produz.

Por isso, as empresas que, daqui pra frente, não entenderem isso e não estiverem preparadas para se adaptar ao novo paradigma do trabalho precisarão competir a nível internacional pelos talentos locais. 

Impacto do Coronavírus no trabalho

Um efeito imediato do contexto de contingência provocado pelo coronavírus foi o grande aumento no número de profissionais trabalhando em suas casas. Quantos poderão voltar pro escritório sem pensar no trabalho remoto como uma alternativa real? Quantos conseguirão “desapegar” desse hábito quando a crise do COVID-19 passar? 

Embora ninguém saiba as respostas corretas, pesquisas apontam que os profissionais que podem escolher onde preferem trabalhar tendem a ser mais produtivos, e a produtividade é apenas uma das vantagens do trabalho remoto.

O fato é que, mesmo antes da pandemia, o trabalho remoto já era uma tendência pela flexibilidade e liberdade que proporciona, conseguindo se aproximar de uma nova ideia do trabalho, com uma maior conciliação da vida pessoal e profissional, e sendo reforçado inclusive pelo estilo de vida e propósito da geração millennial.

O coronavírus foi um grande catalisador desse movimento, porque obrigou as empresas a colocar em marcha algo que vinham ensaiando há muito tempo, mas não concretizavam por diferentes motivos. Talvez, porque isso não era visto como uma prioridade. Ou quiçá, pela falta de aprovação por parte dos líderes/gestores que ainda “desconfiavam” da viabilidade do trabalho remoto, sem poder compreender que, não somente é possível liderar equipes a distância com os processos, cultura organizacional, ferramentas e comunicação adequados, como também é totalmente benéfico. 

Também percebíamos que algumas startups e organizações mais “vanguardistas” já adotavam o home office como um benefício (uma vez na semana, geralmente) e, é claro, chamavam a atenção de muitos profissionais. Porém, a pandemia está forçando as empresas a investir em setores onde o teletrabalho é possível, com mais pessoas aprendendo a usar a tecnologia remota.

Como desdobramento, podemos sentir uma mudança mais permanente em direção ao trabalho remoto, porque as pessoas estão mudando os seus hábitos. Muitos estão vivendo uma realidade que nunca puderam experimentar e, logicamente, podem começar a gostar mais dessas novas modalidades de trabalhar. 

Onde os profissionais da era pós COVID-19 vão querer trabalhar?

A possibilidade de decidir para qual empresa queremos trabalhar não é apenas o resultado dos avanços tecnológicos ou das vontades dos millennials. Isso tem a ver com proporcionar respostas a questionamentos mais profundos sobre nós mesmos. Como bem ressaltou Guillermo Bracciaforte, um dos Co-Fundadores da Workana, em sua palestra TEDx Córdoba:

Você já parou para pensar no que o trabalho significa para você? O trabalho deve ter um alto grau de liberdade. Porque se não temos liberdade e autonomia, como vamos dar o nosso melhor? 

Embora resulte impossível prever quantas empresas e pessoas adotarão o trabalho remoto no futuro, entendemos que as relações de trabalho foram profundamente impactadas pela pandemia. E o resultado disso será o avanço do teletrabalho em esferas mundiais, o que aproximará os grandes talentos e as corporações.

Este é o nosso desejo hoje e sempre: que você possa trabalhar livremente para dar o melhor de si, não importa onde ou como. 

Foto: Freelancer Day na Unilever Brasil

*Este artigo foi escrito por Daniel Schwebel, Country Manager na Workana Brasil

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