Talvez você já tenha lido várias das nossas publicações que listam as diversas vantagens do trabalho remoto, mas quando se trata de implementá-lo em seu negócio ou empreendimento, a coisa mais normal é querer ter certeza de que realmente é uma boa alternativa na prática e não apenas na teoria.
Felizmente, como muitas empresas internacionais estão ousando mudar o paradigma, temos cada vez mais evidências de que o trabalho remoto e freelance fazem maravilhas.
Um dos cases mais relevantes que existem pode ser visto nos incríveis resultados alcançados por uma das maiores empresas na China que começou a migrar para este esquema de trabalho. Estamos falando da Ctrip, uma gigantesca agência de viagens online sediada em Xangai que tem mais de 16.000 funcionários.
Eles realizaram um estudo teórico/prático sobre o teletrabalho com seus funcionários e obtiveram resultados surpreendentes:
- Um aumento da produtividade em 22%.
- Uma economia de US$ 2.000/ano por cada funcionário. O número pode não parecer relevante, mas se você multiplicá-lo pelos 16.000 funcionários que a empresa possui, a economia seria multimilionária.
Antes de entrar em uma análise profunda do caso, vamos compartilhar os principais pontos do infográfico a seguir para que você possa entender rapidamente as proporções e a importância deste estudo. E, é claro, para que você possa ver como sua empresa poderia se beneficiar do teletrabalho caso queira aplicá-lo como uma norma ou se contratar freelancers (que, é claro, trabalham sob essa modalidade).
Na Workana queremos fornecer dados reais e úteis para que você possa se encorajar a provar o teletrabalho e escalar sua empresa com freelancers.
É por isso que hoje lhe trazemos um caso prático e documentado que nos mostra como a CTrip deu ao teletrabalho uma oportunidade e obteve resultados tão bons que agora todos os seus funcionários têm a opção de trabalhar em casa. Vamos ver passo a passo este excitante exemplo:
“Trabalhar em casa funciona? Evidências de um experimento na China “
Este é o nome do relatório que o pesquisador de Stanford, Nicholas Bloom, publicou em 2013 após um experimento que realizou em parceria com a empresa chinesa Ctrip, uma enorme agência de viagens com mais de 16.000 funcionários.
O Bloom sabia que, embora aproximadamente 10% da população dos EUA trabalhasse regularmente em casa, ainda havia muitas preocupações por parte das empresas de que, se perdessem o controle dos seus funcionários, a produtividade diminuiria drasticamente.
Ele estava convencido de que o trabalho remoto tem exatamente os efeitos opostos, que otimiza o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, e que pode ser implementado mesmo em grandes empresas e para diferentes profissões.
No entanto, as evidências disponíveis na época não eram suficientes para provar sua hipótese. Então ele decidiu descobrir por si mesmo.
A oportunidade perfeita surgiu com a empresa CTrip, porque os gestores estavam interessados em economizar dinheiro nos espaços destinados para escritórios, já que em sua sede, Xangai, o aluguel do espaço de trabalho é muito caro. Ao mesmo tempo, eles estavam preocupados que, deixando sua equipe trabalhar em casa, a produtividade cairia, especialmente porque uma grande parte deles era jovem.
Por outro lado, os funcionários começaram a disputar pela oportunidade de trabalhar em casa porque queriam economizar tempo e custos de transporte. Embora seja necessário enfatizá-lo, eles se preocuparam com a possibilidade de se sentirem isolados e de que não estar no escritório pudesse afetar suas oportunidades de serem promovidos.
Então, houve três grandes questões:
- O que aconteceria com a produtividade dos funcionários que podiam trabalhar em casa?
- Os funcionários que trabalhariam em casa se sentiriam socialmente isolados ou sentiriam algum tipo de desconforto?
- Trabalhar em casa afetaria as oportunidades de promoção desses funcionários?
Havia apenas uma maneira de descobrir as respostas: realizar uma experiência com uma porcentagem estatisticamente representativa de funcionários, medir os resultados e determinar, com base em números objetivos, se o trabalho remoto era uma alternativa viável.
A metodologia de Bloom e CTrip para estudar o teletrabalho
Apoiado pela Universidade, um experimento foi estruturado com uma amostra aleatória de 996 funcionários de telemarketing e que lhes foi perguntado se eles estariam interessados em trabalhar em casa durante quatro dias por semana e um dia presencial, ou continuar frequentando os escritórios diariamente .
503 funcionários estavam interessados na modalidade de trabalhar em casa, especialmente aqueles que eram casados, tinham filhos ou moravam perto dos escritórios. Destes, 249 foram selecionados para o estudo, com base nesses critérios:
- Ter um bom acesso a banda larga.
- Ter uma sala privada para trabalhar.
- Trabalhar na empresa há pelo menos seis meses.
Para homogeneizar o máximo possível as amostras de contraste, desses 249 funcionários, foram selecionados apenas aqueles que faziam aniversários em dias pares para permitir que eles trabalhassem em casa e os demais funcionários continuassem a comparecer aos escritórios diariamente para formar o grupo de controle.
Ambos os grupos continuaram a trabalhar exatamente com o mesmo equipamento tecnológico, sob o mesmo fluxo de trabalho e sistema de pagamento. A única diferença entre eles, era o lugar onde realizavam suas atividades.
Ao longo do experimento, foram realizadas medições pontuais de desempenho, além de uma série de entrevistas para responder questões de natureza mais subjetiva.
No final, os resultados do grupo de controle foram comparados com outros grupos semelhantes na empresa para descartar falhas metodológicas.
Quais foram os resultados do estudo sobre o teletrabalho na Ctrip?
Vamos ver como o experimento respondeu às três perguntas que estabelecemos no começo.
Pergunta N°1: O que aconteceria com a produtividade dos funcionários que podiam trabalhar em casa?
A primeira coisa que começou a chamar a atenção ao iniciar as primeiras medições do experimento foi o fato de que o fator produtividade parecia estar tendo um aumento impressionante.
O percentual total de desempenho dos trabalhadores de casa chegou a 13% a mais do que o habitual até o final do estudo. Este aumento foi atribuído principalmente a 9% a mais no tempo em ligações ativas devido a menos atrasos nos intervalos e dias de incapacidade. Os 4% restantes foram derivados de um maior número de ligações por minuto trabalhado.
De acordo com os dados da entrevista e da pesquisa, os trabalhadores remotos atribuíram o aumento da produtividade a poder trabalhar em um ambiente mais pacífico e livre de distrações.
Evidentemente, a taxa de desistência no grupo experimental foi muito menor do que no grupo de controle. No entanto, devemos considerar um fator curioso que é o fato de que o abandono no grupo de controle foi maior nos funcionários de menor desempenho, o que poderia gerar um viés positivo nas medidas do seu rendimento.
O que isso significa? Que o grupo de controle que não trabalhava em casa perdeu mais funcionários com resultados ruins, o que melhorou os resultados gerais do grupo. Considerando este viés metodológico, os autores sugerem que o aumento na produtividade do grupo experimental foi, na verdade, de 22%.
Mas esses não foram todos os avanços. Além do aumento no desempenho, a empresa concluiu que havia economizado cerca de US$ 2.000/ano por cada funcionário que trabalhava em casa.
Para ter uma ideia da grande relevância desses dados, vamos pensar que, se os 16.000 funcionários da CTrip optassem pelo teletrabalho: a empresa poderia economizar aproximadamente US$ 32.000.000 por ano. Um número não desprezível quando analisado em outra perspectiva, certo?
Pergunta N°2: Os funcionários que trabalhariam em casa se sentiriam socialmente isolados ou teriam algum tipo de desconforto?
Aqui, outro aspecto positivo do teletrabalho é observado. De acordo com relatos dos mesmos funcionários remotos, o nível de desgaste durante os nove meses que tiveram a oportunidade de trabalhar em casa diminuiu em impressionantes 50% em relação ao relatado pelo grupo de controle.
Além disso, o grupo de teletrabalhadores indicou que se sentia muito mais satisfeito com as condições do seu trabalho. E, por outro lado, sua atitude geral em relação à empresa nas pesquisas de avaliação pessoal era muito mais positiva.
Outro fato importante é que não houve relatos significativos sobre um sentimento de isolamento social. Hoje com a Internet estamos todos conectados e, além disso, muitas vezes quando você trabalha no escritório está tão concentrado que nem tem tempo de conversar e muitas vezes até os mesmos colegas de escritório conversam via chat entre si ao invés de conversar verbalmente.
Pergunta N°3: Trabalhar em casa afetaria as oportunidades de promoção desses funcionários?
Embora a oportunidade de trabalhar em casa tenha trazido muitos benefícios tanto para os funcionários quanto para a empresa, um ponto que se destaca é o fato das promoções terem diminuído em cerca de 50% entre o grupo remoto, comparado ao grupo de controle.
Tudo parece indicar que, apesar de terem um desempenho melhor, os funcionários remotos não estavam “no radar” dos líderes e gerentes de projeto, simplesmente por causa da falta de contato diário face a face.
Isso resultou em um viés de percepção de que os funcionários presenciais eram considerados “mais qualificados” para obter posições mais altas.
De qualquer forma, quando você trabalha com freelancers, não precisa se preocupar com as promoções, pois eles são externos à sua organização e trabalham por projetos. Eles só se preocupam em cumprir e oferecer a melhor qualidade possível em seus trabalhos sem esperar por uma promoção em troca.
Conclusões sobre a investigação científica sobre o teletrabalho
Porque trabalhar em casa causou:
- Um aumento da produtividade de 22%.
- Uma economia de US$ 2.000 para a empresa por cada funcionário remoto.
- Um nível muito maior de satisfação dos funcionários com a empresa.
- 50% menos de desgaste.
A empresa Ctrip decidiu permitir que o resto dos seus 16.000 funcionários escolhesse sua própria modalidade de trabalho.
O que você acha que aconteceu?
Surpreendentemente, quase a metade dos funcionários que trabalhavam em casa optou por voltar ao modo presencial, mas foram principalmente os colaboradores que não tiveram um desempenho muito bom ou que estavam aguardando uma promoção. Os demais, que só se importavam com a produtividade, preferiam continuar trabalhando em suas casas.
Este último fato é especialmente importante porque mostra que, na verdade, existem pessoas mais produtivas em um ambiente mais estruturado e institucional, e outras que se saem melhor em seu próprio espaço. Em outras palavras, para aproveitar ao máximo o potencial de cada um, a melhor alternativa é deixar que os funcionários decidam por si mesmos.
Como uma opção de melhoria, se destaca o assunto das promoções e aumentos de salários. Como muitos funcionários não queriam arriscar ter menos oportunidades de serem promovidos, optaram por permanecer no escritório. No entanto, a solução está em uma mudança progressiva do paradigma de elegibilidade com base em uma mudança na cultura organizacional.
Em resumo, o trabalho remoto pode fazer muito pelas empresas, pelos funcionários e pela sociedade em geral. Mas as organizações ainda enfrentam o desafio de promover uma filosofia de negócios que não discrimine devido a localização do trabalhador remoto. Se você ainda não ousa experimentá-lo com seus funcionários, o que é totalmente compreensível, nós o encorajamos a testá-lo com freelancers.
Lembre-se que na Workana você pode experimentar esta modalidade sem compromisso clicando aqui. E, claro, lembre-se de que você pode contratá-los para um projeto ou por hora e pagá-los apenas pelo tempo que eles trabalharem para você durante a semana.
Se você quiser saber mais sobre o case de sucesso da Ctrip, assista aqui a palestra TED do Nicholas Bloom falando sobre o trabalho remoto de uma forma muito agradável.
Na Workana, somos verdadeiros entusiastas do trabalho remoto, porque grande parte da nossa missão é ajudar as pessoas a terem melhores condições de trabalho e as empresas a crescer e aumentar sua produtividade com mais facilidade e eficiência.
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