*Por Verônica Gil Arroyo
Todos os dias, grandes empresas recorrem a nós com a mesma necessidade: encontrar talento Hero em nossa plataforma, perfis de excelência e originalidade, mas na sequência, será que eles sabem aproveitar estes recursos?
Geralmente, compartilhamos o lado A das histórias, ferramentas, melhorias e dos casos de sucesso… Mas sempre existe um lado B e, hoje, queremos focar justamente nesses aspectos: na nossa aprendizagem a partir de experiências difíceis, que não ocorreram 100% conforme esperávamos.
A ideia é revisar com vocês alguns pontos e acompanhá-los ao longo desta nova forma de trabalho, na qual marca uma tendência no cenário da transformação constante. Como bem sabem, aprendemos muito com as experiências negativas.
Vou começar desde o princípio
A proposta: resposta a uma necessidade real
Propusemos a um cliente do segmento de e-learning montar sua equipe de vendas para reorganizar o fluxo de vendas desde a prospecção de leads, qualificação dos mesmos e fechamento.
O recrutamento
Publicamos os projetos e realizamos o processo de recrutamento dos perfis. O cliente participou definindo as suas necessidades e também na seleção dos novos integrantes. Depois desses passos, já contava com alguns freelancers que tinham experiência no assunto e com as referências de outros clientes da Workana. Então, nossa proposta foi realizar um teste de 3 meses com este time.
O problema
No final do primeiro mês, os freelancers não queriam continuar trabalhando no projeto por falta de suporte, apoio e problemas de comunicação, algo vital quando montamos uma equipe híbrida com profissionais in house (internos) e freelancers.
Aprendizado: faltou a figura do líder
Então, eu me propus a evidenciar essa necessidade: dei o feedback e trocamos e-mails sobre como melhorar a quantidade e a qualidade das reuniões com a equipe. Participei de duas reuniões para pontuar o que precisava melhorar, algo que já havíamos identificado. Uma delas com o Gerente da área, e outra com o Co Founder.
Em ambas as reuniões, deixei claro que não se tratava apenas de buscar um perfil sênior! Todos queremos ter um crack no nosso time e, com certeza, você conhece um profissional nota 10 que adoraria trabalhar em parceria. Porém, se as empresas simplesmente ficam de braços cruzados esperando que o trabalho desse crack dê bons resultados apenas graças ao talento ou à experiência individual, o mais provável é que essa relação profissional fracasse.
Pensando nisso, eu fiz uma pergunta a eles: o crack de um time de futebol entra em campo sozinho? O clube assina um contrato milionário para contratá-lo e, depois, o abandona? Esperam que ele seja brilhante por sua conta e risco? Clara que não…. Para que um jogador possa brilhar e se transformar em um ídolo, ele precisa de um guia, um treinador e uma equipe.
A mesma coisa acontece quando incorporamos freelancers capacitados a um projeto: é fundamental que o talento independente conte com o apoio de alguém que seja uma referência e conheça muito bem a visão e os objetivos da empresa. Este primeiro acompanhamento é vital para que os profissionais externos possam se sentir parte da equipe e tenham o estímulo necessário para aportar todo o potencial do seu perfil experiente.
Nesse caso, o comentário da empresa foi que não tinham o tempo necessário para guiar os freelancers e, por isso, optavam por contratar perfis sênior. Talvez, ainda nos levará bastante tempo amadurecer a ideia de que, por mais experiente, genial e brilhante que um profissional possa ser, ele continuará precisando de informação, motivação e uma orientação clara sobre os objetivos e os resultados esperados do seu trabalho. É mais: quanto mais dados o freelancer obtiver, melhores condições terá para realizar suas tarefas com excelência.
Se pretendemos atingir uma legítima transformação digital, precisamos estar preparados e dispostos a mudar também nossa forma de se pensar e de agir. Devemos apostar na formação dos integrantes de uma equipe, acompanhá-los e, acima de tudo, adotar um pensamento crítico que nos permita revisar nossos processos.
Como melhorar o processo de integração de um freelancer?
Estas são algumas ideias que podem nos ajudar a otimizar a tarefa de incorporar um freelancer a um projeto:
- Ter um processo de boas vindas à empresa
- Tempo por parte do responsável da equipe ou até mesmo contratar um líder de projeto
- Revisar o discurso, prover exemplos, casos de sucesso, material comercial
- Deixar um canal aberto para consultas durante os primeiros tempos
- Estabelecer um primeiro objetivo claro
- Treinamento e que participem de alguma reunião de vendas
- Feedback de pontos de melhoria, com foco nos aspectos positivos
- Estarem abertos a novas propostas e mudanças de estratégias para conseguirem chegar aos resultados esperados.
- Ferramentas de medição para analisar os indicadores que permitam tomar decisões fáceis ao longo do projeto.
Não abandonem os profissionais freelancers… Eles também precisam de vocês!