Existe muita teoria sobre o controle do estresse, sobretudo quando se trata do estresse no trabalho. Mas, além do teórico e mental, existem outros modos de abordá-lo, como de modo corporal.
Em nosso cotidiano, a mente nos domina quase 90% ou 95%. Estamos muito concentrados, sobretudo no trabalho, realizando tarefas que são totalmente mentais.
Si eu perguntasse a você quais partes do corpo se movem enquanto trabalha na Workana, qual seria a sua resposta?
- Cabeça para olhar os monitores
- Dedos para digitar
- Boca para falar e ouvidos para escutar
- … ehhh… ficamos por aqui.
Mas, não. Ainda que não pareça, todo o nosso corpo participa do nosso trabalho cotidiano e não só não nos damos conta, mas também não medimos o efeito que tem em nosso dia.
E o mais importante que geram as nossas posturas corporais é o resultado em nossas emoções.
O estresse é o resultado de uma série de emoções negativas que se acumulam e não conseguem sair pelas vias corretas. Diante da acumulação, ocorre a explosão e geramos todo tipo de reações resignando qualquer poder. Ao reagir, deixamos de escolher, portanto deixamos de agir. O corpo está totalmente equipado para que possamos mantê-lo dentro de um equilíbrio vital e emocional.
Temos dois componentes essenciais em nós: temos um Ator (vários, na verdade, milhares!) e temos um Autor.
O Ator (ou autores) que aparece é o que pede ao Autor para fazer tal ou qual ação. O Autor toma decisões constantemente sobre qual é o melhor Ator para essa situação em particular.
Por exemplo:
Chega um e-mail de um cliente com uma queixa. “O que faço?” Aí o Autor se faz a pergunta, lê novamente o e-mail e avalia qual é o melhor modo de respondê-lo. Pode ser que tenhamos que negociar algo, e encararemos esta resposta a partir deste lugar, ou pode ser que busquemos que o cliente não nos escreva mais, e a postura frente a esta resposta será totalmente diferente.
Cada uma dessas respostas será enviada por um dos nossos próprios Atores. Um especializado para cada ocasião. Todos temos milhares destes atores para coordenar, só que muitas vezes, sem exercitá-los ou conhece-los, acreditamos que só temos 2 ou 3 e nos perdemos do resto.
Em geral, o que acontece quando só temos 2 ou 3? Falta-nos a capacidade de amplitude, o que gera reação, o que gera acumulação e o que gera finalmente o estresse.
Não é que sejamos tontos, mas se trata de uma evolução lógica. Quando nascemos nós temos todas as possibilidades de ser QUALQUER coisa, mas realmente QUALQUER coisa. E desde o primeiro minuto começamos a encurtar esta capacidade de acordo com o ambiente e com o que vamos vivendo dia após dia. Costumamos assumir papéis vazios, e isso corresponde a uma apropriação desta função, e a responder 100% ao Ego. O ego precisa ser o melhor em algo, destacar-se. E assim passamos a vida buscando esse papel onde nos sentimos destacados, e nos descuidamos totalmente da infinidade de papéis que ficaram vagos, que não possuem dono porque na realidade já somos domos de TODOS eles. E podemos começar a atuar neles quando quisermos, quando sentirmos que esse é o melhor para atuar.
Às vezes, é preciso ir à discussão unicamente, as vezes é preciso apenas mediar, e as vezes é preciso até ir para o outro lado, negociar e retomar os laços para que não se rompam. Acredito que, na Workana, estamos nos encaixamos mais no último exemplo. E para conseguir isso, o que mais precisamos é ter calma. Respirar, mudar de postura, escolher o ator correto, e começar a agir. Qualquer reação em nosso trabalho pode nos custar muito caro.
Temos uma imensa vantagem. Temos TEMPO. Estamos remotos. O usuário não vê as nossas caras, nem escuta o nosso tom de voz (exceto em conversas telefônicas).
Agora chegamos ao ponto chave de tudo isso: como fazemos para que o nosso Autor possa escolher o melhor Ator e o mande à cena sem que o Ator se mante sozinho querendo se sobressair?
O Autor se encontra na parte posterior do nosso corpo, começa em nossos pés, passa pelas nossas pernas, continua pela nossa cintura, recorre a coluna, passa pela parte de trás do nosso pescoço até chegar à nossa cabeça.
É preciso prestar atenção em nossos pés. Ambos devem estar apoiados 100% no chão, se podemos estar descalços é ainda melhor. Joelhos disponíveis, isso é, nem muito restos e nem totalmente flexionados. Isso é um registro que se pode fazer sentado e ver quão rápido consegue parar as suas cadeiras.
Se estamos sentados corretamente, deveríamos empurrar a cadeira e nos levantar, sem precisar apoiar as mãos nos prazos da cadeira ou na mesa. Se os pés estão bem apoiados, nos levantamos em 1 segundo e sem titubear. Se os joelhos estão travados e tensos, não vamos poder fazer o movimento e vamos ter que pedir ajuda aos braços e mãos para nos levantar. Isto faz com que o corpo se incline para frente, e nos separamos do nosso Autor. Quanto mais ficamos inclinados para frente ao parar e ao caminhar, estamos mais longe do nosso Autor e mais distante de escolher como queremos agir.
A pessoa que estiver mais inclinada para frente será a pessoa que mais reagirá diante de qualquer situação que apareça.
Deveríamos poder formar uma linha imaginária mais ou menos reta entre a cintura, a cintura escapular (escápulas e ombros) e a parte posterior da cabeça. Sentados no computador sempre tendemos a ir para frente, para ler melhor, para falar mais perto do microfone interno, até para prestar mais atenção. Mas, isso só consegue o efeito contrário, porque ao nos inclinarmos, o centro do corpo se diminui, a nossa barriga se contrai e perdemos lucidez em qualquer coisa que emitimos simplesmente porque perdemos capacidade pulmonar ao encolher nosso peito, e sem respiração não há claridade alguma possível.
O que acontece quando ficamos nervosos? Começamos a respirar mais rápido. Se provocamos isso com a postura, o efeito será o mesmo. Um punhado de nervos.
O mesmo acontece com os nossos ombros. Quando os ombros se encolhem, perdemos o pescoço, perdemos a vértebra mais importante da nossa coluna.
Se você inclinar a cabeça para frente e tocar a parte alta da sua coluna, onde termina o pescoço, sentirá um osso que sai um pouco para fora. Essa é a primeira vértebra da nossa coluna e a que mais devemos cuidar em nossa postura. Tem que estar relaxada, disponível para qualquer movimento. E precisa estar alinhada, sem sobressair. O que nos assegura este ponto? Manter a cabeça bem apoiada no resto do nosso corpo.
Com a cabeça bem apoiada, o Autor se encontra livre para tomar todas as decisões que precisa.
E, por último, poder relaxar os músculos do rosto. No meu caso, o meu rosto expressa a maior parte das minhas emoções e costumo ficar com o cenho franzido ou a boca fechada com os dentes travados quando algo me irrita. Registre isso, abra a boca, emita um meio sorriso. Você vai sentir que todos os músculos do rosto voltam a se acomodar e relaxar, e até o cérebro fica feliz de receber uma mensagem de tranquilidade. Ainda que as vezes você queira bater em algo…
Costumamos trabalhar sozinhos e muitas vezes as situações de estresse se apresentam em momentos difíceis, as vezes até aparecem todas juntas.
Nos separarmos do computador e registrar como estamos sentados, parar e tomar poder a partir do chão, e voltar para poder responder pode levar somente um minuto, mas vai mudar o resultado do que passamos para quem está do outro lado.
E para quando este exercício de um minuto não adiantar, quando continuarmos irritados, não há nada melhor do que se mover. Coloque a sua música preferida para tocar e dance! Solte os braços nessa dança, solte a cabeça, solte as pernas. Você está sozinho, não precisará se importar com o que outras pessoas estarão pensando.