A transformação digital se tornou uma prioridade para as empresas nos últimos anos, principalmente para aproveitar as oportunidades apresentadas por uma combinação de tecnologias digitais e seu impacto em todos os aspectos da sociedade.
Toda a atenção para a experiência do cliente, processos mais dinâmicos para a área de Vendas, Marketing Digital, Compras, busca por novas fontes de receitas e sistemas que agregam valores baseadas em informações… Isso abriu caminhos para que esses departamentos pudessem passar pela transformação digital com sucesso! Porém, um desses departamentos, talvez, tenha ficado em segundo plano: o de Recursos Humanos.
Uma pesquisa realizada pela Gartner em 2017 com 2600 CIOs revelou que a maioria das empresas representadas nesse estudo direcionou 18% do seu orçamento anual à transformação digital. Além disso, a mesma pesquisa mostrou que a tendência era que este número aumentasse para 28% em 2018.
Apesar de reconhecer o diferencial que os processos de TI e das inovações tecnológicas representam para uma empresa, o que quero abordar especificamente neste artigo é a importância do departamento de Recursos Humanos nesse processo! Para que uma organização passe por uma transformação digital por completo, este departamento precisa assumir a liderança e incorporar um DNA digital dentro da organização.
Somente a capacidade de assumir uma nova mentalidade trará uma transformação digital profunda, que não esteja pautada apenas nas plataformas e sistemas de tecnologia, mas também na cultura e na mentalidade corporativa como um todo, juntamente com atividades, processos, competências e modelos operacionais da organização. Embora a tecnologia torne a inovação possível, é a capacidade de uma organização por inteiro adotar essa inovação que fará toda a diferença.
É sobre incorporar como uma necessidade latente o trabalho remoto e acreditar que profissionais à distância podem ser os verdadeiros transformadores digitais.
Mas antes que comecemos a falar sobre o Trabalho remoto como agente desse processo…
Entenda melhor o que é a Transformação Digital.
Um termo que se tornou muito popular foi o da transformação digital. Ele tem sido associado ao sucesso empresarial de uma forma generalizada, desde posts em blogs, white papers sobre liderança, palestras, influenciadores digitais, e por aí vai.
Pelo próprio nome ser bastante amplo, a transformação digital abarca diversas iniciativas. Mas basicamente, ela aborda toda a iniciativa de mudança e a forma como uma empresa e empreendedores interagem com seus clientes, sejam eles externos ou internos. Para isso, promove mudanças em processos organizacionais em conjunto com a tecnologia e, a partir daí, o objetivo central é melhorar operações e combater a crescente ameaça da concorrência, de novos players, produtos, etc.
Se eu pudesse arriscar uma definição mais assertiva, diria que a transformação digital é uma mudança completa na forma como uma organização faz o uso da tecnologia em todos os seus processos. Ela é capaz de quebrar paradigmas, de alterar processos, negócios, atividades, operações e infraestrutura e usar a tecnologia digital para atender com mais eficiência aos clientes, economizar dinheiro e proporcionar uma melhor experiência ao cliente interno e externo.
A cultura corporativa como base de apoio na Transformação Digital
Como citei anteriormente, a transformação digital não é apenas sobre o uso da tecnologia! É também sobre pessoas, processos, competências e cultura, já que isso mantém as empresas funcionando. Para implementar uma estratégia de transformação digital bem-sucedida, as empresas devem garantir que seus funcionários (e, por sua vez, sua cultura – “a forma como fazemos as coisas por aqui”) apoiem e permitam que eles a considerem como uma plataforma para inovar.
O aspecto cultural e a tecnologia exigem igual atenção de cada liderança, porque a cultura formará a espinha dorsal de todas as iniciativas que farão parte da mudança em uma organização, principalmente quando o assunto é a quebra de paradigmas sobre ter funcionários que não estão presentes diariamente no escritório e sim, trabalhando remotamente. A equipe fixa não pode estar presa a uma mentalidade arcaica! Por que se isso acontecer, se corre o risco de atrapalhar as iniciativas de transformação digital da empresa.
Quando falamos especificamente de uma transformação digital voltada para o trabalho a distância, a luta é para entender os benefícios e as implicações de novas ferramentas e processos, principalmente porque funcionários mais antigos estão acostumados com as velhas formas de trabalhar.
Se as pessoas têm trabalhado da mesma forma por tantos anos, é compreensível que possam haver dificuldades para alterar o seu “modus operandis“. Portanto, é imperativo priorizar a moldagem da cultura corporativa para um futuro digital – e isso começa com a liderança de Recursos Humanos.
Com bastante frequência aqui na Workana, falamos sobre os inúmeros benefícios em usar uma força de trabalho remota, incluindo o aumento potencial da produtividade e a satisfação dos funcionários por meio de uma maior liberdade e autonomia. Qualquer organização que queira usar uma força de trabalho remota precisa derrubar as barreiras convencionais que atrapalham a colaboração entre os funcionários. Essa quebra de paradigmas pode ser feita rapidamente quando se investe em uma estratégia de Transformação Digital que incentiva a colaboração entre os membros de cada equipe e melhora a experiência do trabalho remoto.
Estima-se que, nos próximos anos, quase 40% dos americanos venham a trabalhar remotamente em tempo integral. Recentemente, falamos aqui no blog sobre como o trabalho remoto pode ser uma solução viável para alcançar o objetivo número 8 (Emprego Digno e Crescimento Econômico) dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a finalidade de que todo o mundo possa eliminar a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir a paz e a prosperidade a todas as pessoas até 2030.
Além desses fatores legítimos que visam o bem coletivo e a sustentabilidade do planeta, é fato que podendo trabalhar remotamente, o funcionário tem mais tempo livre, não precisa gastar um tempo enorme de deslocamento e tudo isso influencia em equipes mais eficientes e produtivas, focadas em resultados e felizes.
O trabalho remoto veio para ficar e é uma solução sem volta! Claro que nem todas as funções em uma empresa podem ser feitas remotamente…sabemos disso! Mas aquelas que estão suscetíveis ao uso da tecnologia e de ferramentas em seu dia a dia podem sim encarar uma jornada diferente da que é até hoje conhecida e convencional entre todos.
Como os profissionais remotos podem ser as chaves no processo de transformação digital?
O trabalho remoto tem se popularizado e, com ele, as notícias sobre as vantagens para quem fica em casa vão ganhando destaque pelas redes sociais, blogs, revistas, etc. Mas e para as empresas, quais são as vantagens ao contratar um profissional remoto?
Conheça algumas das maiores oportunidades que poderão fazer seu negócio decolar:
1. Profissionais Remotos e Freelancers estão em constante desenvolvimento
As empresas de hoje precisam encontrar funcionários que possam atender às crescentes demandas de trabalho, impulsionadas pelo crescimento acelerado de inovações tecnológicas. A tecnologia não permite apenas que as pessoas transformem os processos empresariais tradicionais de uma folha de papel para uma planilha baseada na nuvem. Profissionais remotos acabam se atualizando com mais frequência por dois motivos simples: o primeiro é porque precisam ter o conhecimento da tecnologia como ferramenta de trabalho, e o segundo é justamente por poder dedicar mais tempo à sua vida pessoal e aos seus estudos.
2. Redução nos custos mensais com os funcionários
Pense comigo: se o funcionário vai trabalhar remoto, não é necessário ter o gasto do vale transporte, estacionamento, combustível que a empresa em sua grande parte das vezes reembolsa ou tem uma coparticipação importante e isso é uma grande redução de custos no orçamento! O mesmo é válido para a alimentação.
Além disso, a empresa pode contratar funcionários que estão em vários locais do planeta e estes por suas vezes, viverem em locais mais econômicos do que os grandes centros urbanos.
E neste caso, eu particularmente posso dar o meu depoimento e dizer que vivia em São Paulo há 3 anos atrás e só a escola do meu filho custaria, no mínimo, 3 vezes mais do que o que eu gasto no interior. Então, se eu tenho uma proposta de trabalho com um salário menor do que ganharia vivendo em São Paulo, mas que me proporcione usufruir da qualidade de vida que tenho aqui, sem stress, sem violência e outros inúmeros benefícios, por que não aceitar? Vantagens para ambos os lados!
3. Redução do absenteísmo
Este é um fato que é inegável! Estando em casa, conseguimos resolver pendências pessoais pela manhã, na hora do almoço, no finzinho do dia sem precisar faltar ao trabalho.
O que antes se tornava todo um stress, como ir ao dentista ou marcar uma consulta no médico, hoje não tenho problema algum com esses temas e não fico com nenhuma pendência com meus projetos. Eu não preciso faltar para fazer algumas coisas pessoais, apenas organizar meus horários. Mais um quesito com vantagens para ambos!
4. Poluir menos o planeta
Mais uma vez, se não precisamos pegar um carro todos os dias ou um transporte público, isso significa menos emissões de CO2 que entram na atmosfera a cada ano por meio da iniciativa do trabalho remoto. E esta inclusive é uma das missões da ONU!
5. Melhora na produtividade
O que é melhor? Gastar duas horas do dia no trânsito ou as mesmas duas horas buscando soluções criativas para um determinado projeto? Trabalhar remotamente nos torna mais dispostos e produtivos, fazemos menos pausas, temos menos interrupções e se o trabalhador tem o seu espaço reservado em casa, o silêncio ajuda na concentração!
Recursos Humanos como líder no processo da Transformação Digital
Para garantir que todas as funções da empresa estejam integradas com as novas tecnologias e processos e fazer com que elas trabalhem juntas para um futuro digital, as empresas precisam desenvolver novas habilidades e promover esta cultura entre seus funcionários.
É essencial que o departamento de RH seja o líder na criação dessa conscientização e na construção de um forte argumento para a mudança, para que ela possa mostrar aos outros os benefícios desta nova forma de trabalho.
O Departamento de RH deve ser o agente transformador e redesenhar a política de retenção e de novos talentos, desde o recrutamento, até a avaliação de desempenho, construindo uma experiência para o funcionário atraente em toda a sua jornada e criando valor onde é mais importante – orientado para resultados.
Trabalhar remotamente pode ser uma barreira para a colaboração, se não houverem as ferramentas certas. Os funcionários podem acabar trabalhando em seus silos sem consultar seus colegas até os estágios finais de um projeto.
Não basta fazer o home office e trabalhar em nuvem, é também preciso:
- Ter a certeza de que todos os sistemas estejam conectados entre as pessoas remotas e não remotas, para evitar problemas de comunicação e desperdício de tempo;
- As ferramentas escolhidas devem permitir comunicação instantânea para garantir que seus funcionários estejam vinculados corretamente em vez de trabalhar em silos;
- Haver uma supervisão inicial mais próxima e não se basear plenamente em e-mails, textos e telefonemas para ficarem informados sobre o andamento do trabalho sem nenhum tipo de envolvimento mais próximo;
- Desenvolver novas habilidades na liderança pois ao contrário do que se pensa, o líder deverá aprimorar ainda mais a forma de se relacionar com sua equipe. Conhecer cada talento — suas capacidades técnicas e personalidade — é importante para definir equipes de trabalho compatíveis com os projetos e obter melhores resultados;
- Algumas iniciativas como reuniões regulares, utilizando a tecnologia como uma chamada por vídeo conferência, até que tudo esteja 100% caminhando é muito importante. E uma vez que toda a equipe esteja se sentindo confiante e autônoma, o líder do projeto só irá precisar contatar os funcionários se houverem dúvidas ou um problema evidente, em vez de realizar reuniões regulares de atualização.
É essencial que a empresa comunique o escopo e o resultado desejado nesta jornada de transformação digital, incluindo as possíveis barreiras que podem surgir no meio do caminho. Dar o treinamento necessário sobre essas novas ferramentas disponibilizadas que irão facilitar a comunicação, o trabalho a distância e o compartilhamento de arquivos em nuvens.
Uma outra iniciativa legal é compartilhar histórias de sucesso de transformação digital, como a que ocorreu recentemente na Unilever no Brasil, com um mix de Job Sharing e Trabalho Remoto entre as Diretoras de Recursos Humanos e Marketing.
Todos nós sabemos que as mudanças causam um certo desconforto pois muitos entendem que as inovações chegam para substituir a tecnologia pelo homem e não é essa a finalidade da transformação digital e muito menos de desvalorizar o trabalho ao adotar uma política de home office.
Se a jornada de transformação digital da sua organização exigir que os funcionários alterem o modo de trabalho como começar a trabalhar remotamente em tempo integral ou em dias alternados ou até mesmo como neste caso que exemplificamos do Job Sharing, o RH deve liderar essa iniciativa da comunicação e garantir que ela possa ser entendida por todos e poder oferecer o suporte a essas mudanças.
O objetivo de uma transformação digital é de literalmente “transformar” a organização, e isso inclui as pessoas, portanto, em primeiro lugar é fundamental construir uma abordagem baseada em resultados e considerar o que melhor irá trazer apoio aos resultados de aprendizado e desenvolvimento dos funcionários.
Conclusão
Não há o que temer! Já estamos vivendo plenamente a quarta revolução industrial e num período de ressignificar as relações de economia e trabalho, utilizar a tecnologia para melhorar processos e através dela gerar condições profissionais que vislumbra não só o lucro, mas uma melhora para a coletividade e para o meio ambiente.
Engajar a liderança da empresa para que eles possam entendem a sua relevância para a equipe reflete positivamente nas mudanças tecnológicas da automatização das tarefas operacionais, no aumento da produtividade e maior flexibilidade nas atividades.
Então, o que podemos tirar dessas descobertas? Claramente, o trabalho remoto é uma realidade e que as ferramentas de colaboração baseadas na nuvem, impulsionadas pela transformação digital em toda a organização, estão tendo uma adoção cada vez maior para permitir que as equipes trabalhem da maneira que melhor lhes convier.
Aqui na Workana estamos convictos que o trabalho remoto é o próximo passo para transformação digital em sua empresa. Acreditamos nele e ajudamos a promovê-lo através da nossa plataforma diariamente, conectando empreendedores de todo o mundo e profissionais remotos e profissionais freelancers.
Nosso maior objetivo é oferecer mais e melhores oportunidades às pessoas, aos trabalhadores e aos empreendedores que querem fazer suas empresas crescerem.