*Por Guillermo Bracciaforte, cofundador da Workana
A forma como trabalhamos mudou. O trabalho como conhecemos hoje, é diferente de como era 15 anos atrás, quando não havia internet de fácil acesso e escassez de inovação. Graças à tecnologia, é possível trabalhar de qualquer lugar e lidar com pessoas de todo o mundo de maneira muito simples. Com a modernização, os profissionais tiveram que se adaptar às exigências do mercado de forma rápida e eficiente. E, do outro lado, ao buscarem mais flexibilidade e menos barreiras no trabalho, os millennials incentivaram a transformação nos processos de contratação e a mudança do mindset das empresas.
De acordo com o Levantamento do Trabalho Independente e Empreendimento, realizado pela Workana, 61% dos brasileiros acreditam que os computadores e robôs realizarão suas funções daqui 50 anos. Mas será que corremos esse risco? A verdade é que sim, você vai perder seu trabalho para um robô, mas apenas se fizer o trabalho dele. Trabalhos relacionados a criatividade, desenvolvimento de tecnologias e inovação vão continuar em alta, e quem quiser se destacar no mercado deve seguir por esse caminho. Novas profissões também devem surgir, e é nesse momento em que devemos nos perguntar: estou indo pelo caminho certo?
Por mais contraditório que pareça, com tanta automação, as habilidades humanas não vão ser deixadas de lado: é agora que elas serão cada vez mais valorizadas. Competências socioemocionais, capacidade de adaptação, criatividade e perfil empreendedor são características que as máquinas não têm, e que serão fundamentais para o desenvolvimento de uma automação inteligente. Uma máquina não consegue substituir a capacidade de um humano de se conectar a outro ser humano, portanto o profissional que tiver resiliência e inteligência emocional, se sobressai.
É nesse cenário que empresas começam a entender que reconhecer as habilidades dos membros de suas equipes é fundamental para poder enfrentar seus objetivos e concretizar projetos. Essas equipes serão formadas principalmente por pessoas internas, mas é quase impossível, devido ao ambiente em que vivemos, esperar que possamos sempre cobrir todas as habilidades necessárias.
Nesse momento, tem sido cada vez mais comum adicionar talentos à equipe, como os profissionais remotos, que trazem outras expertises ao time e oferecem um olhar externo muito importante para o sucesso do projeto. Trabalhar com esses profissionais é como trabalhar com um colega de trabalho que está em outro escritório da empresa, algo cada vez mais comum para empresas que se expandem para outros estados ou países.
O crescimento dessa categoria de profissionais só cresce, já que flexibilidade, liberdade e autonomia são pontos-chave do trabalho do futuro. Na Workana, plataforma de trabalho freelance da América Latina, há mais de 1,8 milhão de profissionais cadastrados, e a atividade cresce 80% ao ano. Dentre esses profissionais, 57% apontam que o horário flexível é uma das principais vantagens para trabalhar remoto.
Isso não significa que as pessoas querem simplesmente poder trabalhar de casa, sentadas no sofá e usando pantufas. Vai muito além: o profissional do futuro quer expandir seus conhecimentos, se manter qualificado, conquistar novas oportunidades e grandes desafios. É o momento em que temos que entender o quanto isso é valioso para a carreira desses trabalhadores e, especialmente, para as empresas. Estamos enfrentando uma escassez de profissionais qualificados para desempenhar tarefas específicas, e é então que, quem identificar essas oportunidades e se aprimorar, vai sair na frente.
*Guillermo Bracciaforte é cofundador da Workana,plataforma que conecta freelancers a empresas em toda a América Latina