A cada ano vemos as mulheres ganhando mais espaço e suas vozes se tornam mais fortes na luta a favor da igualdade de gêneros, especialmente no mercado de trabalho tradicional.
Neste 8 de março, que é o dia internacional da mulher, nós da equipe Workana decidimos investigar a situação de homens e mulheres no mercado de trabalho freelance e trabalho remoto, e realizamos o nosso 3º relatório anual sobre a situação da mulher no mercado de trabalho para obter dados que nos ajudem a entender estas questões nesta nova modalidade de trabalho em 2019.
Antes, um pouco de contexto
As mulheres constituem a maior parte da população do Brasil, e também formam a maior parte da Workana: 52% são mulheres, entre elas 45% são freelancers em tempo integral, 22% são freelancers em meio período e tem um emprego tradicional, 22% possuem vínculo empregatício com um trabalho tradicional e 9% são empreendedoras.
Além disso, as mulheres também possuem maior grau de formação acadêmica e falam mais idiomas. Entre as profissionais que participaram da pesquisa da Workana, 34% tem o ensino superior completo e 17% são pós-graduadas. E mais: 64% tem o inglês como segundo idioma, e 29% falam espanhol.
Apesar disso, olhando a remuneração mensal de homens e mulheres freelance, apenas 25% das mulheres ganham entre R$1.500 e R$3.000, enquanto 30% dos homens ganham em média este valor; e 16% dos homens ganham mais de R$4.000, enquanto apenas 8% das mulheres chegam a ganhar este valor mensalmente.
Sim, sabemos que o mercado de trabalho é mais favorável para homens no Brasil. Mas, se tratando do mercado freelance, vamos descobrir por que isso acontece?
Há mais igualdade no trabalho freelance?
- Maternidade não é um ponto considerado pelos contratantes freelance. Dentro da Workana, conseguimos observar que gênero não é um ponto considerado muito importante. 82% afirmaram que, em uma negociação freelance, ter ou não filhos não foi um ponto considerado pelo contratante.
- As mulheres freelance têm sucesso fidelizando clientes. Segundo os dados da nossa pesquisa, mais de 35% das mulheres freelance já foram recontratadas por clientes na Workana para realizar novos projetos, enquanto apenas 20% dos homens afirmam já terem sido recontratados.
- Preferência por gênero na contratação. Aprofundando um pouco mais neste tema, 26% das mulheres empreendedoras afirmam que preferem contratar mulheres para seus projetos, enquanto 73% disseram não ter preferência por gênero na contratação. Por outro lado, 10% dos homens empreendedores preferem contratar mulheres, 88% deles afirmaram não ter preferência por gênero na hora de contratar, e apenas 2% informou ter preferência por contratar homens.
Se a maioria dos empreendedores e empreendedoras não têm preferência por gênero, os homens freelance ganham mais que as mulheres?
A resposta é sim. Mas, isso não se dá exatamente por causa da preferência de gênero dos contratantes, e sim por causa das particularidades de cada profissão, sendo algumas delas melhor remuneradas e, em muitos desses casos, há uma maior presença masculina do que feminina.
Vamos entender um pouco melhor essa situação?
Áreas com maior presença feminina
Na enquete usada como base para o nosso relatório sobre a situação da mulher no mercado de trabalho, obtivemos os seguintes dados: Entre as 8 categorias da Workana, as áreas com maior presença feminina são: Tradução e conteúdos (22%), seguida de Design e Multimídia (19%) e Suporte Administrativo (17%).
Trata-se de categorias de trabalho em pleno crescimento e relativamente novas (muito devido ao marketing digital), onde cada vez mais empresas contratam freelancers, homens e mulheres. Entre essas categorias, Design e Multimídia possui as melhores remunerações.
Porém, com exceção de Design e Multimídia, a remuneração dessas áreas não são tão altas quanto a remuneração de áreas com maior presença masculina, como veremos a seguir.
Áreas com maior presença masculina
Segundo os freelancers que participaram da nossa pesquisa, entre as 8 categorias de trabalho na Workana, as áreas com maior presença masculina são: TI e Programação (43%), Design e Multimídia (17%) e Marketing e Vendas (10%).
A área de TI e Programação é uma das áreas mais contratadas na Workana, e também com o maior ticket médio (remuneração por projeto) da plataforma. Por isso, a remuneração dos homens ainda é maior do que as mulheres, mas isso não está relacionado com a competência profissional ou com preferência de gênero.
Ao que tudo indica, no trabalho freelance há mais igualdade entre homens e mulheres, mas ainda é preciso que mais mulheres se animem a entrar em áreas de trabalho como TI e Programação, onde a maior presença ainda é masculina.
Apenas 8% das mulheres freelance que trabalham na Workana são programadoras, e muitas delas são recontratadas por clientes todos os dias porque fazem um excelente trabalho, da mesma maneira que muitos homens podem ser recontratados por causa de sua competência profissional. Ainda é um número pequeno, mas com certeza já está crescendo até mesmo agora, enquanto escrevo este artigo.
Graças à Internet, todos têm acesso à informação e à educação de maneira igualitária, embora ainda existam algumas barreiras para mulheres, tornando o caminho mais difícil.
Ainda agradecendo à Internet, somente por ela existir é que existe o trabalho freelance e remoto, e este é um nicho de mercado no qual mulheres e homens podem trabalhar para pequenas, médias ou grandes empresas do mundo inteiro no esquema home office, ou seja sem sair de casa, ou até enquanto viajam pelo mundo. As possibilidades de oferecer seus produtos e serviços são imensas!
Os benefícios do trabalho freelance estão disponíveis para todos. Agora, precisa vir de você a atitude de se aventurar a estudar uma área que gosta (mesmo que seja uma área com maior presença masculina, como o caso de TI e programação), e de não deixar de se atualizar com livros, cursos, workshops e eventos. Além de sempre se orgulhar e se inspirar nas mulheres maravilhosas que a cada dia alcançam mais conquistas no mercado de trabalho.
Vamos nos inspirar?
Segundo mulheres e homens freelancers e empreendedores que participaram da nossa pesquisa para o Relatório sobre a situação da mulher no mercado de trabalho:
- 12% tem entre 41 e 50 anos, e 5% tem mais de 50 anos;
- 75% já teve uma chefe mulher;
- 40% já teve um cargo de liderança antes de optar pela modalidade freelance;
- 35% realiza projetos mais complexos, de longa duração;
- 38% afirmou que seu rendimento mensal é a principal fonte de renda da sua família;
- 12% pode cuidar dos filhos enquanto trabalha, porque trabalha em casa;
- 60% não tem filhos;
- 34% dedicou mais de 100 horas a capacitação no ano passado;
- 60% não deixou de denunciar algum abuso que sofreu por medo de ser demitida;
- 78% das empreendedoras são CEO de empresas;
- Entre as mulheres empreendedoras, 6% tem entre 10 e 20 mulheres contratadas em sua empresa, enquanto 80% tem entre 1 e 5 mulheres contratadas;
- Entre os homens empreendedores, 8% tem entre 6 e 10 mulheres contratadas em sua empresa, enquanto 55% têm entre 1 e 5 mulheres contratadas;
Através da Workana, queremos ajudar a mudar o mundo do trabalho. Junte-se a nós nessa missão!
Como você pode ver acima, o trabalho freelance ajuda a melhorar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas até mesmo nesta nova modalidade a diferença ainda existe. Já que a missão da Workana é ajudar a mudar o mundo do trabalho, estamos engajados nesta luta e queremos que você se junte a nós!
Na prática, algumas ações básicas podem ajudar a dar força à luta das mulheres por igualdade.
Se você é empreendedor/a, pode observar a presença masculina e feminina em seu processo seletivo (seja ele presencial, para uma contratação tradicional, ou online, para uma contratação remota e freelance). Esse é um momento importante para trazer mais diversidade à sua equipe, dando oportunidades a todos!
Além disso, se notar que há poucas propostas de mulheres em seus projetos, você pode incentivar mais mulheres a se candidatarem! Aqui na Workana é possível navegar na página de profissionais freelance e filtrá-los por atividade freelance para encontrar mais mulheres e convidá-las para os seus projetos.
Por exemplo, se você precisa criar um site, pode acessar a página de freelancers, filtrar pela categoria “TI e Programação”, olhar os perfis das mulheres programadoras e clicar no botão “Contratar”, para poder convidá-las a enviar uma proposta para o seu projeto.
IMPORTANTE! Não se esqueça de avaliar cada perfil por sua competência profissional! Ajudar as mulheres oferecendo mais oportunidades não significa dar preferência apenas pelo gênero.
Por outro lado, se você é um/a profissional freelance, não deixe de se capacitar, estudar (principalmente áreas com menor presença feminina), dê força a outras profissionais que você conhece (as mulheres precisam se apoiar, não se sabotar) e juntas praticarem o empreendedorismo digital.
Forme uma equipe de trabalho para que você e outras mulheres que atuam em áreas complementares à sua conquistem cada vez mais projetos (exemplo: se você é programadora e outra profissional é designer, o trabalho de vocês está relacionado). E principalmente: não deixe de ir a eventos, participar de redes sociais, reuniões e workshops que incentivam a capacitação e a carreira das mulheres.
Neste dia das mulheres, cabe a todos nós fazermos parte da mudança dentro e fora das empresas, e na consciência de outras pessoas, e principalmente: é preciso entender que ainda fazemos parte do problema, e que também precisamos mudar.
Por isso, aqui está o convite: Vamos juntas, rumo à transformação!